007 – Sem Tempo para Morrer

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Se antes havia dúvidas, agora é inegável: estamos vivendo uma grande era para os filmes de James Bond, que se encerra de maneira espetacular com 007 – Sem Tempo para Morrer (No Time to Die). O novo longa se firma como um dos melhores da franquia estrelada por Daniel Craig, que finaliza sua jornada como o agente secreto mais icônico do cinema com maestria.

O que torna essa despedida especialmente satisfatória é que o filme foi claramente moldado para Craig e tudo o que ele trouxe ao papel. Se o mesmo roteiro fosse entregue a outro ator, o resultado ainda seria um bom filme. Mas com Craig, temos uma conclusão que amarra uma narrativa de 15 anos, explorando emoções profundas, dilemas de confiança e a complexidade do amor.

Esses temas poderiam soar sensíveis demais para um filme de James Bond, mas com a abordagem estoica de Craig e sua capacidade de transmitir camadas de sentimentos apenas com o olhar, 007 – Sem Tempo para Morrer nunca se afasta do que o público espera. O longa traz sequências de ação grandiosas, localizações exóticas e, claro, momentos icônicos como Bond se apresentando com seu tradicional “Bond, James Bond” e pedindo seu característico Dry Martini ou Vesper Martini.

A trama começa de forma inusitada para um filme da franquia: Bond está aposentado, vivendo um romance com Madeleine Swann (Léa Seydoux) na Itália, levando uma vida tranquila. No entanto, a calmaria não dura muito, e logo o filme mergulha na ação de maneira intensa e envolvente.

Dessa vez, a ameaça global gira em torno de uma arma biológica altamente letal: um patógeno desenvolvido pelos britânicos para eliminar alvos específicos por meio do DNA. Entretanto, o perigoso lunático Safin (Rami Malek) consegue roubar essa tecnologia e aprimorá-la para exterminar nações inteiras em questão de horas.

Com 163 minutos de duração, o filme é uma experiência cinematográfica gigantesca, mas suficientemente cativante para manter o espectador imerso na última aventura de Craig. O diretor Cary Joji Fukunaga equilibra cenas de ação eletrizantes com um drama bem construído, aproveitando tanto os personagens já estabelecidos quanto os novos rostos. Christoph Waltz traz a imponência de Blofeld em suas cenas, enquanto Ana de Armas, interpretando a carismática agente Paloma, rouba a cena e deixa um gostinho de quero mais. Jeffrey Wright, como o veterano da CIA Felix Leiter, adiciona peso emocional à trama, e Lashana Lynch, no papel da nova agente Nomi, traz uma presença marcante ao MI6. Até mesmo Ralph Fiennes, como M, tem momentos fortes e bem desenvolvidos.

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Rami Malek entrega um vilão calculista e de fala mansa, o que pode decepcionar alguns espectadores. Ele tem um impacto poderoso no flashback inicial, mas conforme a história avança, acaba se tornando apenas mais um antagonista que acredita que a humanidade só pode ser salva por meio da destruição em massa.

Apesar disso, a dinâmica entre os personagens funciona bem, especialmente na relação entre Bond e Madeleine. O filme explora a vulnerabilidade do agente secreto, e os eventos deixam claro que Vesper Lynd (Eva Green) – o grande amor de Bond em Cassino Royale – continua sendo uma ferida aberta na sua história. Para mim, Vesper deveria ter sido o amor definitivo de Bond, e não Madeleine, mas isso só reforça a profundidade emocional do arco de Craig.

No geral, 007 – Sem Tempo para Morrer encerra a jornada do James Bond de Daniel Craig de maneira triunfal, redimindo os erros de Spectre. Agora, a franquia abre caminho para um novo ator assumir o papel do espião mais famoso do mundo. Que venha o próximo Bond!

Assista o trailer clicando aqui

NOTA: 7/10

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